terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

EMBRAPA e a arte de transformar morte em riqueza

Postado em 28/12/2010 à/s 22:00

Tanques de aquicultura, onde peixes "comestíveis" são condenados a viver por toda a sua curta vida.
O que são os direitos dos animais para a EMBRAPA? O que são para ela os sentimentos, o sofrimento e a dor dos animais não humanos? E a vida deles? Observando os esforços dessa empresa em promover a pecuária, a pesca e a aquicultura, podemos perceber que essas qualidades nada lhe valem.
Essa conclusão é fácil de ser tirada quando contemplamos a mais recente novidade da entidade: as pesquisas de criação de um “superpeixe”, que cresceria mais rápido e seria abatido muito mais cedo do que outros peixes. Via de regra, uma categoria de animais criados para serem comidos. Bichos que nascerão não para viver em liberdade, mas sim para criar músculos e morrer cedo.
A EMBRAPA, ao desenvolver o “superpeixe”, ensina aos brasileiros que alguns animais nascem com o fim único de serem escravizados, aprisionados e comidos. Ensina que a vida dos animais que nascem subjugados pela pecuária e pela aquicultura não vale nada, e que seus sentimentos e dores nada mais são que frias “variáveis” que precisam, em nome da qualidade dos seus “produtos” e do lucro, ser controladas por critérios de “bem-estar” – tendo inclusive o apoio de organizações pseudoanimalistas que pensam não em salvar os animais, mas sim em limpar a imagem dos pecuaristas e aquicultores da pecha de cruéis.
O que não impede, no entanto, que esses bichos jamais tenham o direito à liberdade que vá além das cercas da propriedade do pecuarista ou das paredes do minúsculo tanque do aquicultor. Ou que sofram insuportavelmente ao serem pendurados e degolados ou retirados da água que, no caso dos animais aquáticos, lhes provê oxigênio.
Além de prover esses “ensinamentos”, essa empresa estatal, com a seleção genética que originará o tal peixe “lucrativo”, mostra ao mundo que é mestre na “arte” de transformar vida em mercadoria e morte em riqueza. Afinal, os animais, para dar dinheiro aos seus “proprietários”, podem ser vendidos vivos, medidos em toneladas ou arrobas, ou ser mortos para a retirada de sua carne, couro, vísceras etc. Das mais diversas formas, sua vida e morte são transformadas em cifrões.
E no fundo de tudo, a EMBRAPA fala que quer incentivar o consumo de carne de peixe. Uma iniciativa que não só transforma vida, sofrimento e morte em dinheiro como ameaça os ecossistemas submarinos. Se a proposta é popularizar a venda da carne dos animais aquáticos, é de se pensar na possibilidade de haver um fatal efeito cascata que implique o aumento do consumo de carne de outros peixes, o subsequente aumento do extermínio pesqueiro nos mares, rios e lagos brasileiros e, logo, a piora na ameaça de extinção faunística que espreita as águas do planeta.
É assim que a EMBRAPA trabalha contra os animais, mantendo e fortalecendo o atual sistema de escravidão e abate que, na pecuária, pesca e aquicultura, reduz a vida animal a nada e transforma a morte em coisa rentável. Realiza, a cada pesquisa que envolve animais “comestíveis”, a proeza de criar vidas que não servem para viver, animais que não servem para a liberdade. Reduz os bichos, e todos os seus sentimentos e sensibilidades, a meros corpos insensíveis que serão vendidos no supermercado como carne.

Globo, touradas e a omissão da polêmica

Postado em 05/02/2011 à/s 3:59
Criticar o jornalismo da Globo é como chamar o diabo de mau, mas ainda é necessário, pois a crítica dá ao outro lado a voz que a emissora negou e serve para dar um alerta àqueles telespectadores menos dotados de senso crítico. E agora a ação dos críticos foi acionada novamente, pois o Globo Repórter de 04/02 engajou-se numa romântica e amoral apologia às touradas, exaltando sem pudor uma atividade que hoje deveria ser impossível não ser vista como algo no mínimo polêmico.
Nessa edição, falou-se da Espanha, com suas maravilhas turísticas e boas condições de vida – exceto para os militantes do separatismo basco e catalão, mas isso é assunto para outros textos –, e incluiu-se a tourada como se ainda fosse parte indiscutível da essência cultural e turística espanhola. Exceto por poucos segundos em que se citou parcamente a oposição de muitos espanhóis à atividade, foi só elogios e exaltações quase líricas ao ato de torturar e assassinar touros em arenas, como se isso não dividisse opiniões nem fosse visto por meio mundo como motivo de vergonha, em vez de orgulho, àquele país.
Não faltaram substantivos a enaltecer o pseudoesporte em questão: “paixão”, “elegância”, “arte”, “beleza”, “coreografia perfeita”. Sem falar das consistentes homenagens à vocação dos toureiros, cujas biografias seriam fichas policiais em outros países. À Globo, o “espetáculo” de violência, sangue e morte que revolta literalmente meio mundo é tão belo e aprazível quanto a arquitetura da Sagrada Família, a coreografia do flamenco ou o surrealismo de Salvador Dalí.
O “gol de honra” permitido pela Globo ao outro lado não durou nem um minuto. 50 segundos foi a duração do único momento da matéria em que a defesa animal antitourada foi citada – e ainda de forma inócua, muito fraca. Nem mesmo aquela que deveria ser a palavra-chave da reportagem – polêmica – foi sequer citada. A voz crescente da defesa animal contra a tauromaquia, um dos únicos temas relativos a Direitos Animais que unem bem-estaristas e abolicionistas, foi reduzida um murmúrio risível de tão xoxo.
Uma frase de poucos segundos citada indiretamente de uma única defensora animal, um resumo pequenino e pueril dos longos discursos de quem defende a vida e a integridade dos animais e o banimento da violência das tradições espanholas, foi o único argumento exibido para a oposição ao assassinato de touros: “esta é uma tradição cruel, e o que fazem com o animal é uma tortura”.
E a repórter, demonstrando desconhecer totalmente a consciência e o panorama político-cultural do povo catalão, ainda afirmou que “parecia impossível” banir a tourada da Catalunha pelo apelo popular e legal.
Tenta-se entender entre os que declaram gostar e respeitar os animais – desde os veganos militantes até os simpatizantes dos protetores de cães e gatos – por que a Globo transformou um assunto tão polêmico, conflituoso, eticamente questionável e repudiado por milhões de pessoas até mesmo dentro da Espanha em uma atração agradável, admirável, apaixonável e virtuosa. Que interesses podem ser inferidos a partir do ato de apoiar, a milhares de quilômetros de distância, a indústria da tourada de outro país?
A Globo mostra que, se não é mal intencionada, tem sua visão “ética” de mundo parada lá atrás no tempo. Estacionada numa época em que defender animais era nada mais que cuidar de cães e gatos abandonados e criticar touradas, rodeios e vaquejadas era considerado “falta do que fazer”.
A emissora vem perdendo o respeito e a audiência dos brasileiros, e essa pérola de jornalismo míope vai acelerar esse desgaste, já que hoje, felizmente, grande parte da população brasileira, dos veganos até os onívoros mais inveterados, repudia as touradas e deseja a sua proibição na Península Ibérica e em qualquer outro país.

Turismo intoxica o México

Embalagens de produtos de higiene pessoal e de substâncias consumidas pelos moradores e por milhões de visitantes de Cancún e áreas vizinhas estão matando a galinha dos ovos de ouro do turismo do México.

Uxbridge, Canadá, 7 de fevereiro (Terramérica).- Em pleno auge, a indústria turística mexicana que se estende ao longo da Riviera Maia e de Cancún contamina o maior sistema de grutas submarinas do mundo e causa impacto no arrecife coralino localizado nas proximidades, afirma um novo estudo. Produtos farmacêuticos, resíduos de cocaína, xampu, creme dental, pesticidas e lixo químico que deslizam das estradas foram encontrados no imenso emaranhado de rios e aquíferos subterrâneos do sul da cidade turística de Cancún, localizada na costa caribenha do Estado de Quintana Roo.

“Há poucas dúvidas quanto aos poluentes que encontramos terem origem nas atividades humanas ao longo da região costeira”, disse Chris Metcalfe, pesquisador do Instituto para a Água, o Meio Ambiente e a Saúde, da Universidade das Nações Unidas. A revista britânica Environmental Pollution publica hoje o estudo deste instituto chamado “Contaminants in the coastal karst aquifer system along the Caribbean coast of the Yucatan Peninsula” (Contaminantes no sistema aquífero das cavernas submarinas ao longo da costa caribenha da península de Yucatán).

Latrinas, fossas sépticas, vazamentos nos encanamentos do esgoto e campos de golfe são as fontes mais prováveis dos produtos que prejudicam as águas subterrâneas, disse Chris ao Terramérica. Estas correntes transportam boa parte desses resíduos para a zona costeira e a barreira de coral mesoamericana, a segunda maior do mundo. A contaminação terrestre é apenas um dos impactos sobre os arrecifes costeiros, acrescentou. A pesca acima dos limites estabelecidos, doenças e a mudança climática também contribuíram para a perda de até 50% dos corais desde 1990.

“Sem se dedicar seriamente a impedir a contaminação da água subterrânea, o desenvolvimento turístico matará a galinha dos ovos de ouro”, ressaltou Chris. É possível que isso já esteja ocorrendo. Alguns mergulhadores observaram uma redução nos arrecifes da região, disse ao Terramérica o especialista David Placencia, coordenador do Programa de Monitoramento de Arrecifes do Centro Ecológico Akumal (CEA), uma organização não governamental desta localidade, que fica cem quilômetros ao sul de Cancún. Os mergulhadores entendem que os arrecifes não vão se regenerar, acrescentou.

Pesquisas do CEA concluíram que uma espécie construtora de arrecifes, a Montastraea annularis, diminuiu drasticamente. Há 12 anos, representava 45% dos arrecifes localizados em torno de Akumal, mas no ano passado caiu para menos de 9%, afirma. Os nutrientes e contaminantes derivados do esgoto promoveram o crescimento de algas que asfixiam os corais, explicou David. Na área não há tratamento de esgoto, que vai diretamente para os lençois freáticos. “Definitivamente, houve uma grande mudança nos arrecifes daqui”, acrescentou.

O Estado de Quintana Roo é único porque não possui cursos fluviais na superfície, já que a região é formada por pedra calcária muito porosa. Sob a mesma corre a maior rede mundial de rios deste tipo, além de aquíferos e poços naturais chamados cenotes. Boa parte desta água doce flui pela costa para o Mar do Caribe. É provável que todos estes problemas piorem caso se concretize o prognóstico de excepcional aumento da população mundial, segundo o estudo de Chris e seus colegas.

Quando foi criado o Estado de Quintana Roo, na década de 1970, a região era pura selva e mangues costeiros, com algumas pequenas aldeias maias. Na época, a cidade de Cancún estava desabitada, e agora nela residem cerca de 700 mil pessoas, chegam entre dois e três milhões de visitantes por ano, e o desenvolvimento turístico da região já se estende por 130 quilômetros para o Sul, até Tulum. O estudo de Chris colheu amostras de água subterrânea em cinco pontos entre Playa del Carmen e Tulum, longe dos maiores empreendimentos turísticos.

“Os níveis de contaminantes encontrados estão abaixo do nível que constitui perigo para a saúde humana”, explicou. Um dos motivos para isso é o grande volume e o rápido fluxo das águas subterrâneas. Entretanto, como a maior parte da água vai para a região costeira e arrecifes, estas baixas concentrações de contaminantes se acumulam nessa área, explicou o pesquisador. Ao buscar resíduos de cafeína, metabolitos de nicotina e ingredientes de produtos de higiene pessoal, o estudo demonstra que os dejetos de origem humana penetram no fornecimento hídrico subterrâneo da região.

Um local de testes próximo de um pequeno campo de golfe continha pesticidas e herbicidas utilizados no tratamento da grama, afirmou Chris. Também foram encontrados produtos derivados do petróleo, cuja fonte provavelmente seja a principal estrada da região, junto com outras estradas e estacionamentos de veículos, acrescentou. “Estas conclusões destacam claramente a necessidade de contar com sistemas de controle que determinem com exatidão de onde vêm esses contaminantes de aquíferos”, destacou.

“Este estudo é sólido”, assegurou Brigitta van Tussenbroek, do Instituto de Ciências do Mar e Limnologia da Universidade Nacional Autônoma do México. Sua própria pesquisa detectou grandes concentrações de nitrogênio e fósforo procedentes de esgoto na laguna de arrecife de Puerto Morelos e no sistema lacustre de Nichupté, em Cancún. Brigitta disse ao Terramérica que aprova as recomendações contidas no informe de Chris sobre a necessidade de construir uma infraestrutura adequada para o tratamento de esgotos e acabar com a injeção de dejetos tratados em água salgada debaixo do aquífero de água doce.

Sob os campos de golfe e de outras áreas com gramas deveriam ser instalados revestimentos impermeáveis para evitar os vazamentos de substâncias contaminantes, bem como canais de drenagem impermeabilizados e revestidos, tanques de retenção e sistemas para tratar o lixo, acrescentou. “Estes revestimentos são necessários especialmente sob os locais de lançamento de lixo doméstico”, disse Brigitta. Chris, por seu lado, afirmou que é difícil avaliar os controles ambientais ou do governo local, porque há poucos dados disponíveis. Tampouco está claro até que ponto são aplicadas as leis existentes.

O turismo é fundamental em Quintana Roo, onde leis e regulamentos são ignorados em favor de novos projetos, denunciou David. Embora seja ilegal destruir mangues costeiros devido ao seu papel fundamental na manutenção da saúde dos arrecifes, isto ocorre com muita frequência. Sem bons mapas de ecossistemas que identifiquem onde estão os mangues, os construtores passam com suas máquinas por cima e depois argumentam que a vegetação nunca existiu, afirmou. “E, se são acusados de crimes ambientais, simplesmente pagam a multa e continuam construindo”, acrescentou David.



2011 Ano Internacional das Florestas


Leve o selo, cole no teu sidebar. Vamos abracar o ano Internacional das Florestas.

A data e o tema foram aprovados pelas Nacoes Unidas.
O objetivo geral é esclarecer a importância de se proteger as nossas florestas de seu sustento e a erradicacao da pobreza. Nossas florestas sao o ecossistema mais ricos em animais e vegetais.
Algumas atividades foram propostas:

1.Logotipo do Ano Internacional das Florestas – 2011: O logotipo oficial foi idealizado por designers gráficos e desenvolvido em colaboração com o Departamento de Informação Pública da Secretaria Geral. Recebeu aprovação do Conselho de Publicações das Nações Unidas, tendo sido apresentado publicamente em todos os idiomas oficiais da Organização. Tem como tema “Florestas para o povo“, exaltando o papel das pessoas na gestão, conservação e exploração sustentável das florestas do mundo. 2. Site do Ano Internacional das Florestas – 2011: O site para fornecerá uma plataforma on-line a todas as informações relativas ao Ano.
3. Porta-vozes ou mensageiros das florestas: Pessoas que ocupem lugares de liderança nas comunidades foram selecionadas para atrair a atenção da mídia, dando maior visibilidade à causa das florestas, sensibilizando para aumentar o apoio da população a essa causa.
4. Coleção de selos sobre o Ano Internacional das Florestas – 2011:Foi desenvolvida uma coleção de selos comemorativos para colaborar com a “Secretaria do Fórum das Nações Unidas sobre as Florestas”. Esta coleção será apresentada na inauguração oficial do Ano Internacional das Florestas, nos dias 2 e 3 de fevereiro de 2011, em Nova Iorque.
5. Concursos Artísticos, Cinematográficos e de Fotografia:Organização de eventos on-line para homenagear aqueles que expressem através das artes plásticas, fotografias, filmes e curtas-metragens a idéia de que as florestas são para o povo.
6. Anúncios de interesse público e curta-metragens promocionais:Existe a produção de um curta-metragem e alguns anúncios de interesse público que serão distribuídos em todo o mundo em diversos idiomas, a serem transmitidos pela televisão e outras mídias, incluindo espetáculos teatrais gratuitos em que se possa transmitir idéias e fomentar ações em prol das florestas.

7. Diversidade biológica das florestas: Em colaboração com a “Secretaria da Convenção sobre a Diversidade Biológica” estuda os âmbitos em que possa haver sinergia entre o Ano Internacional da Biodiversidade, 2010 e Ano Internacional das Florestas – 2011. Entre as atividades se incluiu a organização de um “ato de ligação dos Anos” que fará parte da cerimônia de encerramento do Ano Internacional da Biodiversidade, que será realizada em dezembro de 2010, no Japão.
8. Zonas Úmidas e Florestas: A Convenção de Ramsar escolheu o lema “Os pântanos e florestas” Dia Mundial das Zonas Úmidas para 2011 em homenagem ao Ano Internacional das Florestas. “A Secretaria do Fórum das Nações Unidas sobre Florestas” colabora atualmente com a “Secretaria da Convenção Ramsar” para a produção de um documento sobre as zonas úmidas e florestas para o Dia Mundial das Zonas Úmidas 2011.
Fonte de pesquisa IBGE